
Quando nos sentimos fora do lugar — mesmo rodeados de gente
Na Parte 1, falamos sobre como o sentimento de pertencimento está profundamente ligado ao autovalor — à forma como nos enxergamos e acreditamos ser dignos de amor, respeito e espaço. Agora, quero continuar essa conversa trazendo vivências que mostram como essa relação se constrói (ou se rompe) no dia a dia, e o que podemos fazer para fortalecê-la com mais consciência e compaixão.
Lembro de uma paciente que dizia: “Eu nunca me senti parte de nada. Nem da minha família, nem dos meus grupos. Sempre fui aquela peça que não encaixa.” Suas palavras tinham dor, mas também uma verdade que muitos carregam em silêncio. O sentimento de não pertencimento dói — e muitas vezes nasce da falta de conexão consigo mesmo.
O pertencimento começa dentro, não fora 🪞
Um dos maiores enganos que aprendemos é achar que precisamos “ser de um jeito” para nos encaixar. Mas o pertencimento verdadeiro não é sobre moldar-se. É sobre encontrar lugares onde podemos ser quem somos, sem máscaras.
E isso só é possível quando desenvolvemos autovalor: a noção de que, mesmo com falhas, merecemos estar. Merecemos ocupar espaço. Ser vistos, ouvidos, acolhidos.
Quando sentimos que precisamos nos anular para sermos aceitos, o custo emocional é alto. E o mais cruel: mesmo “inseridos”, continuamos sozinhos por dentro. Porque o vínculo verdadeiro exige presença inteira — e presença inteira só vem com autenticidade.
Sinais de que o autovalor está em baixa 🚫
Nem sempre percebemos, mas ele se manifesta em frases internas como:
- “Não tenho nada de interessante pra dizer.”
- “Estão sendo gentis por pena.”
- “Se eu mostrar quem eu sou de verdade, vão se afastar.”
- “Eu sou o problema.”
Esses pensamentos não são verdades — são marcas. E toda marca pode ser ressignificada. Com tempo, apoio e coragem, podemos construir novas formas de nos ver.
Caminhos para fortalecer o autovalor e o sentimento de pertencimento 🌱
Aqui vão algumas práticas que ajudam nesse processo:
- ✍️ Escreva cartas para si mesmo. Como falaria com uma criança que passou pelo que você viveu?
- 🤲 Busque espaços seguros. Grupos, amizades, terapias — lugares onde sua vulnerabilidade seja acolhida e não julgada.
- 🪞 Treine olhar com mais gentileza. Repare nas pequenas vitórias, na coragem de continuar mesmo nos dias difíceis.
- 💬 Compartilhe sua história. Quando falamos o que sentimos, abrimos espaço para que outros também se reconheçam.
Essas atitudes nos ajudam a ocupar o mundo com mais verdade — e quem ocupa com verdade, encontra pertencimento.
Conclusão: seu lugar existe, e começa em você 🧡
O sentimento de pertencer começa no instante em que nos reconhecemos como dignos. Mesmo nos dias de dúvida, mesmo nas fases confusas, mesmo com medo. É um processo de construção — não de conquista.
Se você já se sentiu “fora do lugar”, saiba que não está só. Muitas vezes, o que falta não é um espaço novo, mas um novo olhar para si mesmo.
E você, tem se sentido parte? Em quais lugares você consegue ser inteiro? Se quiser, compartilha comigo. Estou aqui pra te ouvir. 💬
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