
Quando ser quem se é torna-se o maior cuidado emocional
Lembro de uma paciente que me disse, num suspiro quase sussurrado: “Cansei de fingir que está tudo bem. Não aguento mais esconder quem eu sou.” Aquela frase ficou ecoando em mim. Era como se, naquele instante, ela não estivesse apenas desabafando, mas abrindo a porta para o início de um processo profundo de cura.
A verdade é que muitas dores emocionais nascem, ou se aprofundam, quando passamos muito tempo tentando nos moldar ao que esperam de nós. Tentamos caber em imagens, expectativas, papéis. E, com o tempo, vamos nos afastando da nossa essência. A autenticidade não é um luxo — é uma necessidade emocional básica.
O peso de se esconder
Quantas vezes você já se silenciou para não desagradar? Já riu por educação, mesmo quando queria chorar? Já disse “sim” por medo de rejeição?
Esses gestos pequenos, mas repetidos, vão criando rachaduras internas. Vamos nos dividindo entre o que mostramos e o que sentimos de verdade. Isso cobra um preço: ansiedade, angústia, sensação de inadequação. E, muitas vezes, nem conseguimos identificar de onde vem o mal-estar.
Viver com autenticidade não significa se expor o tempo todo ou dizer tudo o que pensa. Mas sim, permitir-se ser inteiro — mesmo que aos poucos, mesmo que com medo.
O que acontece quando nos autorizamos a ser quem somos
Quando começamos a viver com mais verdade, algo dentro de nós relaxa. O corpo sente. A mente respira. E a alma começa a se reorganizar. A autenticidade não traz apenas alívio — ela traz cura.
É como parar de nadar contra a corrente. É cansativo tentar ser outra pessoa o tempo todo. Quando você se permite ser quem é, com luzes e sombras, começa a sentir uma sensação de pertencimento a si mesmo. E esse é um dos vínculos mais importantes que podemos construir.
Como cultivar a autenticidade no dia a dia
- 🤍 Observe quando está se moldando demais. Perceba os momentos em que sua fala, postura ou escolhas não combinam com seu sentir.
- ✍️ Escreva sobre o que está sentindo de verdade. Um diário pode ser um lugar seguro para praticar a escuta honesta de si.
- 🗣️ Experimente se posicionar com gentileza. Dizer “não concordo” ou “não me sinto confortável” pode ser libertador.
- 💭 Questione os “deveria”. Será que você realmente quer isso, ou foi algo que aprendeu a desejar?
- 🤗 Busque ambientes onde você possa ser inteiro. Algumas relações nos permitem florescer com mais naturalidade. Cultive essas conexões.
Autenticidade também é processo
Ninguém vive 100% do tempo de forma autêntica — e tudo bem. A autenticidade é uma prática, não um ponto de chegada. Às vezes, ela começa em silêncios mais verdadeiros. Outras vezes, em pequenos limites que antes eram engolidos.
Ela cresce cada vez que você se escuta e se respeita, mesmo quando isso desagrada expectativas externas.
Conclusão: a cura começa quando nos reencontramos 🤲
Ser autêntico é dizer a si mesmo, com presença: “Eu me vejo. Eu me escuto. E eu me aceito.” Essa aceitação, mesmo que incompleta, já começa a transformar.
Porque a dor de viver mascarado é sempre maior do que o medo de se revelar.
E você, tem se permitido ser quem realmente é? Que espaço sua autenticidade tem ocupado no seu dia a dia? Se quiser compartilhar, estou aqui pra te ouvir. 💬
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