Quando sentimos demais — ou de menos — e não sabemos o que fazer com isso

Na Parte 1, falamos sobre o que é regulação emocional: a capacidade de reconhecer, compreender e lidar com nossas emoções sem negá-las ou ser engolido por elas. Agora, quero aprofundar esse tema trazendo situações do dia a dia, vivências pessoais e práticas que ajudam a transformar esse conceito em algo palpável, acessível e real.

Lembro de um paciente que me dizia: “Eu sinto tudo com muita intensidade. Qualquer coisa me derruba.” E também de outra paciente que me dizia o oposto: “Nada me afeta mais. Acho que eu desaprendi a sentir.” Ambos estavam desconectados da própria vivência emocional — um por excesso, outro por escassez. E nos dois casos, a regulação emocional era a ponte para o equilíbrio. 🌉

Sinais de que você pode estar desregulado emocionalmente 🚨

A desregulação emocional não se apresenta só em explosões de raiva ou crises de choro. Ela também pode aparecer em:

  • Reações desproporcionais a situações pequenas
  • Dificuldade para nomear o que está sentindo
  • Sentimento constante de cansaço ou confusão
  • Irritabilidade frequente sem motivo claro
  • Desconexão afetiva (não conseguir sentir empatia ou alegria)

Perceber esses sinais já é um primeiro passo. A partir daí, podemos aprender a criar espaço entre o que sentimos e o que fazemos com isso.

Estratégias práticas de regulação emocional 🎯

Aqui estão algumas ferramentas que tenho usado em consultório e na minha própria vida. São simples, mas poderosas:

  • 📝 Diário emocional: Escrever o que está sentindo, sem filtro. Dar nome às emoções é um dos primeiros passos para regulá-las.
  • 🌬️ Respiração consciente: Inspirar por 4 segundos, segurar por 4, expirar por 6. Essa técnica ajuda a ativar o sistema nervoso parassimpático, trazendo calma.
  • 🎧 Nomear e validar: Em vez de pensar “estou exagerando”, tente: “estou me sentindo frustrado, e tudo bem sentir isso”.
  • 🚶‍♂️ Mudança de estado físico: Caminhar, se alongar, lavar o rosto. Às vezes, o corpo ajuda a mente a se reorganizar.
  • Dar tempo para a emoção se acomodar: Nem toda resposta precisa ser imediata. Pausar é uma forma de regulação.

Essas pequenas práticas nos devolvem o protagonismo sobre nossa experiência emocional.

Emoções não são inimigas — são mensageiras 📬

Uma das grandes chaves da regulação emocional é mudar a forma como vemos nossas emoções. Muitas vezes, tratamos a tristeza como fraqueza, a raiva como algo a ser escondido, o medo como um defeito.

Mas todas essas emoções carregam mensagens importantes. A raiva pode estar sinalizando que um limite foi ultrapassado. A tristeza pode estar pedindo recolhimento. O medo pode estar mostrando algo que precisa de preparo.

Quando ouvimos essas mensagens, e não apenas reagimos a elas, começamos a viver com mais clareza e presença.

Conclusão: regular é se responsabilizar por si, com gentileza 🧡

A regulação emocional não é sobre controle rígido. É sobre cuidado. É sobre escutar, compreender e responder — e não apenas reagir.

Com o tempo, vamos percebendo que não precisamos ser reféns das nossas emoções, nem fugir delas. Podemos caminhar com elas, como companheiras de aprendizado.

E você, tem conseguido nomear e cuidar das suas emoções? Qual estratégia funciona melhor pra você quando tudo parece intenso demais? Se quiser, compartilha comigo. Estou aqui pra ouvir. 💬


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