
A travessia emocional que ninguém escolhe, mas todos enfrentamos
Na Parte 1, refletimos sobre os primeiros passos para manter a saúde mental em momentos de crise — acolher emoções, criar rotinas mínimas e buscar apoio. Agora, quero continuar essa conversa com um olhar ainda mais íntimo e prático: como atravessar crises quando tudo parece incerto, frágil ou fora de controle?
Me lembro de um período muito difícil em que, por fora, eu seguia com minhas tarefas. Mas por dentro, era como se eu estivesse andando em neblina densa. A sensação de impotência era constante. Foi nessa fase que entendi algo importante: em tempos de crise, o cuidado mental precisa ser simples, gentil e realista. Não é sobre resolver tudo — é sobre sustentar-se no essencial. 🕯️
O essencial que sustenta 🪨
Crises nos tiram do eixo, e é comum querer “dar conta” como se nada estivesse acontecendo. Mas cuidar da mente nesses momentos é mais sobre reduzir a exigência e aumentar a presença.
Aqui vão algumas perguntas que podem ajudar:
- O que é realmente essencial hoje?
- O que eu posso simplificar?
- De quem posso me aproximar, mesmo que virtualmente?
Essas perguntas nos reconectam com a realidade possível — e nos ajudam a sair do modo “exigência” para o modo “acolhimento”.
Pequenos gestos que viram âncoras ⚓
Numa crise, não precisamos de grandes soluções. Precisamos de âncoras. Pequenos gestos que nos lembrem que ainda estamos aqui, respirando, tentando. Alguns que recomendo (e pratico):
- 🫖 Fazer um chá e tomá-lo com calma
- 📵 Ficar longe das notícias por algumas horas
- ✍️ Escrever o que está sentindo, sem julgamento
- 📞 Falar com alguém que escuta sem tentar consertar
- 🛏️ Deitar e apenas fechar os olhos por 10 minutos, mesmo sem dormir
Esses momentos são pausas de cuidado — e isso já é muito.
Evite o isolamento emocional 🧩
Durante uma crise, é comum sentir que “ninguém vai entender” ou que “não quero preocupar ninguém”. Mas o isolamento emocional só aprofunda o sofrimento. Falar com alguém de confiança, mesmo que seja para dizer “não sei o que estou sentindo”, já é um ato de conexão.
E se você não tem com quem falar no momento, escrever pode ser uma ponte consigo mesmo. Às vezes, o que precisamos é nos escutar — e sermos escutados por dentro.
A importância do tempo: respeitar o próprio ritmo ⏳
Cada pessoa atravessa crises de um jeito. Comparar sua dor com a do outro é injusto — e inútil. Em vez disso, pergunte-se: como posso ser mais gentil comigo hoje?
Tem dias em que o autocuidado será tomar banho e comer algo nutritivo. Outros, será simplesmente não se cobrar tanto. O tempo da alma não segue o calendário do mundo — ele tem seu próprio compasso.
Conclusão: cuidar da mente na crise é um ato de amor-próprio 🤍
Crises são convites forçados a olhar para dentro. E, mesmo dolorosas, podem nos ensinar sobre limites, prioridades e acolhimento.
Se você está passando por um momento assim, saiba: você não precisa estar bem o tempo todo para estar se cuidando. O simples fato de ler sobre isso já é sinal de cuidado.
E você, como tem atravessado suas tempestades internas? Quais gestos têm te sustentado quando tudo parece demais? Se quiser compartilhar, estou aqui pra ouvir. 💬
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