
Durante muito tempo, eu acreditei que meus pensamentos eram verdades absolutas. Quando surgiam frases como “você não é bom o suficiente”, “vai dar tudo errado” ou “ninguém se importa com você”, eu simplesmente aceitava. Essas vozes internas me acompanhavam silenciosamente e influenciavam meu humor, minhas escolhas e minha autoestima. Foi só quando comecei a observar esses pensamentos com mais consciência que percebi: pensamento não é fato. E o mais importante: é possível lidar com eles de forma mais saudável.
Neste artigo, compartilho com você algumas estratégias que me ajudaram a lidar com pensamentos negativos no dia a dia, com mais empatia, clareza e equilíbrio emocional.
1. Reconhecer que pensamentos não são verdades
Um dos maiores aprendizados da minha vida foi entender que nem tudo o que penso é verdade. Nosso cérebro é ótimo para detectar ameaças, e às vezes cria cenários negativos como forma de nos proteger. O problema é quando acreditamos neles sem questionar.
📌 Exemplo: Uma vez, antes de uma apresentação importante, pensei: “Você vai travar e passar vergonha.” Só que eu já tinha me preparado, estudado o conteúdo e ensaiado. O pensamento não era compatível com os fatos — era só uma resposta automática da minha ansiedade.
📌 Dica prática: Quando surgir um pensamento negativo, pergunte a si mesmo:
- Isso é fato ou interpretação?
- Tenho evidências reais para isso?
- Estou generalizando ou me baseando em uma única experiência?
2. Nomear o pensamento: criando distância emocional
Uma técnica que me ajudou muito foi dar nome ao pensamento negativo como se ele fosse uma nuvem passando. Isso me ajudou a criar distância e não me identificar completamente com ele.
📌 Exemplo: Em vez de dizer “Eu sou um fracasso”, experimente “Estou tendo o pensamento de que sou um fracasso”. Essa pequena mudança de linguagem tira o peso e permite observar a situação com mais clareza.
Essa prática vem da abordagem da Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT), que ensina a acolher os pensamentos sem lutar contra eles, mas também sem se deixar dominar por eles.
3. Reestruturar o pensamento de forma mais realista
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) propõe a reestruturação cognitiva, ou seja, a substituição de pensamentos distorcidos por versões mais realistas e equilibradas.
📌 Passo a passo:
- Identifique o pensamento automático negativo;
- Questione sua veracidade e impacto;
- Substitua por um pensamento mais racional e compassivo.
📌 Exemplo:
- Pensamento original: “Eu nunca faço nada certo.”
- Pensamento reestruturado: “Eu cometi um erro hoje, mas isso não define quem eu sou. Já acertei muitas vezes.”
4. Praticar a autocompaixão
Às vezes, somos nossos maiores críticos. Falar consigo mesmo com gentileza é uma das ferramentas mais poderosas contra os pensamentos negativos.
📌 Pergunta poderosa: “Se um amigo estivesse passando pelo que estou passando, o que eu diria a ele?”
Esse exercício me ajudou a perceber que eu merecia o mesmo acolhimento que oferecia aos outros.
📌 Afirmações de autocompaixão:
- “Estou fazendo o melhor que posso com os recursos que tenho.”
- “Erros fazem parte do aprendizado.”
- “Sou digno de amor e respeito, mesmo nos dias difíceis.”
5. Cuidar do corpo para cuidar da mente
Mente e corpo estão conectados. Quando estou cansado, com fome ou sedentário, percebo que meus pensamentos negativos aumentam. Alimentação equilibrada, sono de qualidade e atividade física regular influenciam diretamente nosso estado mental.
📌 Dica prática: Faça uma caminhada consciente, respire profundamente, alongue-se. Pequenos cuidados com o corpo podem aliviar a mente.
6. Reduzir estímulos negativos no ambiente
O que consumimos também alimenta nossos pensamentos. Notícias negativas, comparações nas redes sociais, ambientes tóxicos — tudo isso contribui para pensamentos autodepreciativos.
📌 Ações simples:
- Siga perfis que te inspiram e acolhem;
- Estabeleça limites no uso do celular;
- Crie momentos de silêncio e desconexão durante o dia.
7. Meditação e atenção plena (mindfulness)
Praticar mindfulness me ajudou a observar meus pensamentos sem ser engolido por eles. A técnica consiste em estar presente no aqui e agora, com aceitação e curiosidade.
📌 Exercício simples: Sente-se por 5 minutos, respire e observe seus pensamentos como se fossem nuvens passando. Você não precisa afastá-los, apenas notar e deixar ir.
Com o tempo, essa prática desenvolve uma postura mais calma e menos reativa diante dos pensamentos negativos.
8. Buscar apoio profissional
Em alguns momentos, os pensamentos negativos se tornam tão constantes e intensos que é difícil lidar sozinho. Nesses casos, a ajuda de um psicólogo pode ser essencial. A terapia oferece um espaço seguro para compreender a origem desses pensamentos e desenvolver estratégias personalizadas.
📌 Importante: Buscar ajuda não é sinal de fraqueza, e sim de coragem e cuidado consigo.
Conclusão
Lidar com pensamentos negativos é um processo contínuo, e não algo que se resolve de uma hora para outra. Mas com prática, autocompaixão e ferramentas certas, é possível cultivar uma mente mais leve, flexível e gentil.
Você não precisa acreditar em tudo que pensa. Você pode aprender a observar, questionar e transformar esses pensamentos. Um passo de cada vez.
💬 E você, já identificou padrões de pensamentos negativos? Como costuma lidar com eles? Compartilhe nos comentários. Sua experiência pode inspirar e acolher outras pessoas! 💙
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